quarta-feira, 1 de abril de 2009
Matrix - Diálogo entre Neo e o Arquiteto.
Retirado do último filme da trilogia Matrix, Matrix Revolutions - Em homenagem aos 10 anos do primeiro filme!
Arquiteto
— Olá, Neo.
Neo
— Quem é você?
Arquiteto
— Eu sou o Arquiteto. Eu criei a Matrix. Estive esperando por você. Você tem muitas questões, e, embora o processo tenha alterado sua consciência, você permanece irrevogavelmente humano. Portanto, algumas das minhas respostas você vai entender, e outras você não vai. Apropriadamente, enquanto sua primeira questão pode ser a mais pertinente, você pode ou não perceber que ela é também irrelevante.
Neo
— Por que eu estou aqui?
Arquiteto
— Sua vida é a soma do remanescente de uma equação inerente desequilibrada na programação da Matrix. Você é a eventualidade de uma anomalia, o que, a despeito dos meus mais sinceros esforços, eu fui incapaz de eliminar do que, de outra maneira, seria uma harmonia de precisão matemática. Ainda que permaneça um fardo evitá-la com firmeza, não é inesperada e, portanto, não além de alguma forma de controle. O que o trouxe, inexoravelmente, aqui.
Neo
— Você não respondeu minha questão.
Arquiteto
— Verdade. Interessante. Você foi mais rápido do que os outros.
(Nos monitores, os outros Neos reagem: ''Outros? Que outros? Quantos? Me responda!'')
Arquiteto
— A matrix é mais velha do que você sabe. Eu prefiro contar a partir do surgimento de uma anomalia até o surgimento da próxima, e, neste caso, esta é a sexta versão.
(Nos monitores, os outros Neos reagem: ''Cinco versões? Três? Mentiram para mim. Isso é besteira!'')
Neo
— Há apenas duas explicações possíveis: ou ninguém me contou, ou ninguém sabe.
Arquiteto
— Precisamente. Conforme você está indubitavelmente concluindo, a anomalia é sistêmica, criando flutuações até nas mais simples das equações.
(Nos monitores, os outros Neos reagem: ''Você não pode me controlar! Vá se f****! Eu vou te matar! Você não pode me forçar a fazer nada!'')
Neo
— Escolha. O problema é a escolha.
Arquiteto
— A primeira Matrix que eu desenhei era naturalmente perfeita, era uma obra-de-arte, imaculada, sublime. Um triunfo igualado apenas pelo seu monumental fracasso. A inevitabilidade de seu destino é tão aparente para mim hoje quanto à conseqüência da imperfeição inerente em todo ser humano, então eu a redesenhei baseada na sua história para mais precisamente refletir as variantes grotescas de sua natureza. Entretanto, eu fui novamente frustrado pelo fracasso. Desde então eu cheguei à conclusão de que a solução me escapava porque era necessário uma mente inferior, ou talvez uma mente menos balizada pelos parâmetros da perfeição. Então, a resposta caiu no colo de outrem, um programa intuitivo, inicialmente criado para investigar certos aspectos da psique humana. Se eu sou pai da Matrix, ela seria indubitavelmente a mãe.
Neo
— O Oráculo.
Arquiteto
— Por favor. Como eu ia dizendo, ela chegou a uma solução na qual cerca de 99,9% das cobaias testadas aceitavam o programa, tão somente se lhes fossem dado uma escolha, mesmo que eles só estivessem cientes da escolha em um nível quase inconsciente. Ainda que esta solução funcionasse, era obviamente fundamentalmente imperfeita, assim criando a anomalia sistêmica contraditória de outrora, que, se não fosse checada, poderia ameaçar o sistema em si. Portanto, aqueles que recusaram o programa, ainda que minoria, se não fossem checados, constituiriam uma crescente probabilidade de desastre.
Neo
— Isto é sobre Zion.
Arquiteto
— Você está aqui porque Zion está prestes a ser destruída. Todos os seus habitantes vivos exterminados, toda sua existência erradicada.
Neo
— Besteira.
(Nos monitores, os outros Neos reagem: ''Besteira!'')
Arquiteto
— Negação é a mais previsível de todas as reações humanas. Mas, tenha certeza, esta vai ser a sexta vez que iremos destruí-la, e nós nos tornamos excessivamente eficientes nesta tarefa. A função do Predestinado é agora retornar à fonte, permitindo uma temporária disseminação do código que você carrega, reinserindo os programas primários. Depois disto, será exigido que você selecione da Matrix 23 indivíduos, 16 mulheres e 7 homens, para reconstruir Zion. Incapacidade de acatar este processo pode resultar em uma falha cataclísmica do sistema, matando todos conectados a matrix, o que, ao lado do extermínio de Zion, vai em última instância resultar na extinção da raça humana inteira.
Neo
— Vocês não vão deixar isso acontecer. Vocês não podem. Vocês precisam dos seres humanos para sobreviver.
Arquiteto
— Há níveis de sobrevivência que nós estamos preparados para aceitar. Entretanto, a questão relevante é se você está ou não preparado para aceitar a responsabilidade da morte de cada humano neste mundo.
(Pessoas do mundo todo aparecem nos monitores)
Arquiteto
— É interessante apreender suas reações. Seus cinco antecessores eram, por formação, baseados em uma predicação similar, uma afirmação contingente que deveria criar uma profunda afeição para com o resto da sua espécie, facilitando o trabalho do Predestinado. Enquanto os outros experimentaram isto de um modo bastante genérico, a sua experiência é muito mais específica. Trata-se do amor.
(Os monitores mostram Trinity lutando contra agentes)
Neo
— Trinity.
Arquiteto
A propósito, ela entrou na Matrix para salvar sua vida, ao custo da vida dela.
Neo
— Não!
Arquiteto
— O que nos traz finalmente para o momento da verdade, no qual o defeito fundamental é expressado, e a anomalia é revelada tanto como começo quanto como fim. Há duas portas. A da sua direita leva-o para a fonte e a salvação de Zion. A de sua esquerda leva-o de volta à Matrix, a ela, e ao fim de sua espécie. Como você adequadamente colocou, o problema é a escolha. Mas nós já sabemos o que você vai fazer, não sabemos? Já consigo notar a reação em cadeia, os precursores químicos que sinalizam o surgimento da emoção, criada especificamente para sobrepujar a lógica e a razão. Uma emoção que já está cegando você para a verdade simples e óbvia: ela vai morrer e não há nada que você possa fazer para impedir.
(Neo vai para a porta da esquerda)
Arquiteto
— Humpf. Esperança. É a quintessência da auto-ilusão humana, simultaneamente a fonte de sua maior força e de sua maior fraqueza.
Neo
— Se eu fosse você, eu torceria para que nós não nos encontrássemos novamente.
Arquiteto
— Nós não vamos.
Fonte: http://www.esoterikha.com
Autor: Isabel Martinez
Título: Matrix Reloaded
Data de Publicação: 31/05/2003
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