Estudo e meditação sobre a Ciência da Qaballah
QABALLAH
לבק
Este trabalho é um resumo do que vem sendo desenvolvido pelo autor, após estudos, meditações
e experiências oníricas que tem experimentado, o qual pretende publicar oportunamente.
Por J. A. FONSECA*
De Barra do Garças-MT
Para Via Fanzine & UFOVIA
INTRODUÇÃO
Quando ouvimos a expressão Qaballah (Cabala), vem-nos à mente, de imediato, uma idéia difusa e ao mesmo tempo complexa de expressões complicadas e mistérios ocultos, que somente os eruditos são capazes de compreender. De fato, sua complexidade leva a muitos a desistirem de estudá-la, pois, quase sempre, ignoram que o conhecimento tradicional da Qaballah está diretamente relacionado à sua própria vida na Terra e à sua evolução.
Apesar disto, podemos dizer que se buscarmos a compreensão dos princípios mais elementares desta ciência do conhecimento com sinceridade interior, iremos perceber que seu mistério se torna menos denso, principalmente quando conseguimos mergulhar nos princípios iniciáticos que prescrevem o diálogo entre o microcosmo e o macrocosmo, passando assim a encontrar as próprias referências do complexo humano no contexto do Universo.
Alertam os Mestres da Sabedoria que, em verdade, os grandes mistérios que envolvem as coisas ditas secretas nada têm de ocultos e se encontram, ao contrário do que se pensa, à vista de todos, permanecendo por estas vias intocados, por causa da visão baça e dispersa destes atormentados transeuntes terrenos.
A ignorância não só impede a absorção do conhecimento daquilo que precisa ser conhecido, como também e, o que é pior, deturpa fatalmente tudo o que não conhece ou não pode compreender. Enquanto isto, os simples de coração mergulham nos grandes mistérios de Deus, com alegria e desprendimento, porque percebem diante do cenário pujante da natureza em torno, as respostas para suas questões mais interiores.
O TETRAGRAMATON SAGRADO
Deus só pode ser compreendido pela fé. A ciência criada pelos homens não pode compreender Sua Existência e a nega. Porém, assim como ela não pode comprovar a existência de Deus, também não pode confirmar que Ele não existe. Para os estudiosos da Qaballah Deus é o Absoluto, a Unidade, sustentadora do Universo sempre existente, criando-o ininterruptamente e animando-o com Seu Poder Infinito.
Os mestres das Grandes Verdades são essencialmente discretos em suas preleções a este respeito. Seu papel termina quando oferecem os aspectos iniciais do Conhecimento Divino ao discípulo sincero, cabendo a este buscar a compreensão dos seus Arcanos Sagrados para que ele possa, por si mesmo, seguir com firmeza sua caminhada iniciática e merecer, finalmente, o título de adepto da Lei Divina.
Eis porque muitos dos mistérios da Qaballah não podem ser tratados em notas escritas ou em um livro específico. Porém, se o discípulo buscador vier contar com a Luz da Providência Divina e alcançar o discernimento, poderá compreender os meandros mais secretos do conhecimento superior. É essencial que ele se proponha “crescer” espiritualmente e possa ampliar seu cabedal interno intelectual e vivencial, direcionando sua consciência para um novo modelo de mundo, mais perfeito, onde o bem e a paz possam ser vividos por todos os seres.
O Tetragramatom Sagrado, por exemplo, na forma como ele é apresentado ao estudante da Qaballah, constitui-se de um código secreto sobre a manifestação de Deus no Universo e serve como um instrumento de raciocínio, com o qual possa iniciar seu entendimento sobre os mistérios da Criação e dos planos sucessivos que ela teria percorrido até alcançar os mundos mais densos.
Neste sentido, seria de real importância neste estudo sobre a Qaballah, que iniciássemos pelo Nome Tetragramático de Deus יהוה "IHVH", pois que neste Seu Santo Nome é que se encerram todos os mistérios de Sua Sabedoria Infinita e de toda a Criação.
No Triângulo Místico, derivado desse Admirável Nome, os estudiosos têm conseguido desvelar os Atributos Divinos de Deus e compreender, mesmo que parcialmente, a grande extensão de Seus mistérios na multiplicidade dos mundos criados. Vejamos:
Ao atribuirmos os valores numéricos das letras correspondentes ao Nome Sagrado IHVH יהוה teremos a seguinte formação, cuja soma de suas potências totalizam 72, ou seja, identificam as 72 Emanações Angélicas derivadas desse Nome, seus atributos e seus mistérios particulares.
O HOMEM PERFEITO E A ÁRVORE DA VIDA
Tudo o que um discípulo desperto no Espírito deve exigir de si mesmo é a busca sincera e desinteressada da Verdade. Ao pretender abrir as portas do conhecimento oculto terá este de meditar sobre a Grande Obra do Eterno, macro e microcósmica, ao invés de ficar, à maneira dos fúteis, especulando sobre o oculto ou andando de canto em canto, à procura de fenômenos paranormais.
É também importante que o discreto estudioso venha compreender que não lhe bastará conhecer as obras eruditas dos mestres do ocultismo para alcançar sua libertação. É preciso que lance mão de esforços pessoais nesta jornada, ter persistência e dedicar-se na busca interior para conhecer a verdade. À semelhança do diamante que se oculta numa pedra de cascalho comum, descobrirá que a essência da verdade também se oculta no mundo trevoso da especulação mística e doutrinária, dogmática demais para possibilitar que sua luz brilhe com intensidade e conduza o estudante à sua ascensão.
O Homem Perfeito que o discípulo verdadeiro quer conhecer (entenda-se este significado) é o próprio Deus Manifestado no Universo, o Protótipo do Homem Terrenal. Sua esposa passa a ser então a Eva Celeste, a Natureza em sua Essência Primordial. Segundo os cânones universais teria sido de um casamento divino como esse que se fizera o nascimento da Substância Universal Adamah, relatada no livro do Gênese.
O Homem Perfeito, Adam Kadman, é representado pela Árvore da Vida, que possui uma coluna central e duas outras, uma à sua direita e outra à sua esquerda com suas Séfiras interligadas. Existe uma estreita relação entre as Séfiras da coluna central e as duas colunas opostas, às quais são regidas por três princípios Divinos essenciais: A Vontade Primordial, a Misericórdia (direita) e a Justiça ou o Rigor (esquerda), de forma que a Vontade mantém o equilíbrio entre as atividades destas duas colunas opostas. Enquanto a Misericórdia faz expandir o fluxo da emanação da Força Divina, a Justiça faz contrair, de forma que com a presença deste equilíbrio ocorre a organização dos 10 atributos (Séfiras) neste modelo específico.
Este protótipo chamado a manifestar-se passou a ser designado pelos estudiosos da Doutrina Divina pelo nome de Árvore da Vida, pois a sua compreensão conduz o homem de volta ao Éden perdido.
O Raio Divino desce desde Keter, a primeira Séfira, na forma de um relâmpago, em zigue-zague, e atinge a última Séfira, Malkut. Diz-se então que esta Séfira inferior, o Reino é, em verdade, o complemento de Keter, a Coroa, pois nela vem penetrar o Divino Raio Resplandecente de Deus, para constituir-se aí o Reino da Shekinah, que “materializa” a própria Presença de Deus nos mundos da criação.
A natureza da Árvore da Vida é quádrupla, pois encerra em toda a sua estrutura os 4 níveis de mundos divinos. Por analogia, poderíamos dizer que se tratam das 4 características fundamentais de uma árvore comum: a raiz, o tronco, as ramagens e os frutos, conforme ela cresce nos planos existenciais. No seu aspecto humano este quaternário pode ser classificado como: Vontade, Mente, Coração e Corpo Físico.
Temos acima a representação da Árvore da Vida e o Nome Divino IHVH יהוה, mostrando a figura estilizada e sagrada do próprio Homem Perfeito, Adam Kadman.
OS QUATRO MUNDOS CABALÍSTICOS
Lembremo-nos sempre de que os ensinamentos iniciáticos serão repetidamente taxativos em suas exortações: quando o assunto tiver relação com o conhecimento dos Mundos Superiores, este limitar-se-á apenas a algumas poucas notas ou a informações excepcionalmente sucintas.
Deve o discípulo saber que todos nós vivemos em mundos contingenciados e, por isto mesmo, finitos. Por esta razão, tudo o que existe nestes mundos de relatividade não podem jamais ter a compreensão do que é Infinito.
Por outro lado, terá ele que desenvolver sua capacidade interna de analogia e síntese, para que possa penetrar mais fundo nos signos ocultos que podem ser encontrados nas obras dos grandes mestres.
Neste sentido, a Árvore da Vida pode ser considerada como uma configuração perfeita dos Atributos Divinos materializada de forma a ser compreendida intelectualmente e, a partir daí, permitir que o discípulo sincero aprofunde no seu conhecimento mais intrínseco.
Vejamos então como os quatro mundos da Criação foram estruturados em seus três pilares de Luz, o central e os dois em oposição, partindo-se do mais sutil para o mais denso.
O Primeiro Mundo da Árvore é Aziluth ou Emanação, onde tudo interage com perfeição e onde as leis e os movimentos são perfeitamente completos e integrados, pois se acham num estado pleno de Vontade pura emanada do ALTO. Dela se originou a criação numa excepcional seqüência de grandes acontecimentos cósmicos que se estenderam sucessivamente até atingir o plano da materialidade absoluta.
Do mundo superior sempre surge o mundo inferior, conforme está narrado no Gênese Bíblico, nos sete dias da criação. A começar pela Luz e o Firmamento, surgidos neste Primeiro Mundo de Aziluth, transcorreram os demais dias (eras), até que o Raio Divino atingiu a última Séfira, Malkut ou o Reino, onde a criação alcançou o seu ponto de maior densidade e multiplicidade. Em linguagem iniciática, escreve o Grande Adepto Moisés que a Consciência Divina enfim “descansou”.
O Segundo Mundo surgido desse Primeiro é Beriah ou Mundo da Criação propriamente dita, pois é quando os arquétipos são plasmados e ficam à disposição dos Agentes da Criação para encaminhamento aos mundos que estão por vir. Desse Mundo surge Yezirah ou Mundo da Formação, que dá as primeiras conformações aos arquétipos descidos do mundo anterior, preparando-os para a densificação. Finalmente, esse mundo dá formação a Asiyyah, o Mundo da Ação ou Manifestação, onde o drama cósmico da vida na Terra tem seu início.
Apesar de podermos construir uma idéia gráfica da Árvore do Conhecimento e da Vida, de fato, nenhuma representação por nós concebida pode mostrá-la em sua total realidade, pois seus “mundos” se interpenetram uns nos outros e sutilizam-se de forma tal que nenhuma percepção pode ter sua plena compreensão nestes mundos de Asiyyah. Nestes mundos de relatividade, mal podemos atribuir-lhe alguns aspectos de sua notável magnitude e da manifestação de suas poderosas vibrações de cores, força e luz, mostrando sua escala descensional até alcançar os mundos mais materializados.
Os adeptos cabalistas afirmam que se o homem tiver dentro de si os quatro níveis correspondentes da Árvore do Conhecimento em equilíbrio consciente, ou seja, a Divindade, o Espírito, a Psique e o Corpo Físico, poderá perceber a atuação de todos esses mundos durante seu retorno à Fonte Divina.
MANDALAS CABALÍSTICAS
Quando os Iniciados falam dos Atributos Divinos mostram que a ordem, a harmonia e as forças dos Mundos Superiores atuam sempre influenciando os mundos da forma e que esta atividade está simbolizada por intermédio das 22 letras sagradas dos alfabetos hebraicos ou devanagari (vatânico).
Esta simbologia pode ser encontrada no livro Sepher Yezirah (Um Livro sobre a Criação) e em manuscritos e livros sobre a ciência cabalística, numa tentativa de instruir aos buscadores sobre as verdades que se acham ocultas nos cânones da Qaballah.
Neste capítulo decidimos incluir algumas das Mandalas que elaboramos sob a orientação que tivemos em sonhos, as quais iremos descrever até onde nos foi possível perceber. Há muitos anos tenho estudado a Ciência da Qaballah, procurando encontrar por intermédio da meditação explicações que não podem ser transmitidas em livros ou sob qualquer forma escrita.
A experiência sobre as Mandalas começou na noite de 12.09.2007, após uma reunião de estudos cabalísticos e de ter estudado com afinco os mistérios da Qaballah. Entrei em meditação, antes de me deitar e invoquei a ajuda do Alto para compreender alguns aspectos deste intrincado segredo milenar, conhecido como a Árvore da Vida. Foi então que fui brindado com um sonho excepcional, que se mostrou ao mesmo tempo belo e perturbador. Havia uma grande quantidade de pessoas numa espécie de salão arredondado, todo branco e muito grande, como que se aguardasse por alguém. Da direita, surgiu por fim uma pessoa que parecia ser um instrutor: era alto, esguio, nem moço nem velho, trajando uma túnica comprida de uma cor acinzentada bem clara e suave. Tomou a palavra e dissertou rapidamente sobre a Árvore da Vida e sua relação com o macrocosmo e o microcosmo, o Universo e o Homem, numa linguagem que nos parecia relativamente fácil para compreender este mistério.
Após sua preleção, levantou o braço direito e fez um movimento, traçando uma espécie de semicírculo no espaço. Então, misteriosamente, abriu-se diante de nós um campo luminoso, como se fosse uma grande tela, onde começaram a aparecer inúmeras imagens multidimensionais excepcionalmente belas e em movimento contínuo e cores multifacetadas. Mostravam-se como se fossem imagens vivas e seus movimentos formavam Mandalas que se projetavam umas após as outras, como se num estrepitoso balé, onde seus componentes giram com grande rapidez, com suas cores vibrantes e cambiantes. Ora mostravam a Árvore da Vida projetada em 4 direções distintas, formando um a espécie de cruz, ora se projetavam de um ponto central que parecia estar em chamas, formas piramidais, figuras geometrizadas e signos abstratos. Uma gama múltipla de cores com seus movimentos incessantes davam colorido exuberante a essas Mandalas, às Séfiras cabalísticas e ao seu conteúdo extravagante. Todos aqueles conjuntos de formas multidimensionais pareciam conter vida, pois vibravam intensamente e afloravam-se do nada, transformando-se em outras formas dimensionais, esculpindo figuras no espaço, ricamente decoradas e luminosas.
Eram todas excepcionalmente vibrantes e essencialmente harmônicas entre si.
Depois de passado algum tempo que não pude precisar, estas expressivas demonstrações de formas e luzes, cessaram e eu acordei com uma leve lembrança de todo esse conjunto excepcional, porque aquela “visão” se mostrara muito além das possibilidades de retenção no mundo material. Nos dias que se sucederam, procurei, aos poucos, reproduzir tudo o que vinha à minha mente, sabendo, de antemão, que jamais poderia fazê-lo em sua plenitude.
Três destas mandalas fazem parte deste estudo cabalístico para ilustração e compreensão de alguns aspectos deste intrincado problema proposto pela Ciência da Qaballah que, ao mesmo tempo que é grandioso e misterioso, é também passível de ser esclarecido, uma vez que abarca em seus signos milenares a realização do Grande Plano Divino para este Universo ao qual pertencemos.
MANDALA CABALÍSTICA
A ÁRVORE DA VIDA
No centro da mandala um globo azul com 32 raios representa a Divina e Intocada Consciência do Absoluto AIN, Aquele sobre O Qual nada pode ser dito.
Quatro Árvores se projetam deste Centro Solar alcançando a periferia da Mandala, quando suas Séfiras vão se densificando desde Keter até Malkut.
Os círculos multicores representam os Mundos da Árvore Sefirotal interpenetrando-se uns nos outros em movimentos incessantes.
Quatro pequenas pirâmides evolucionais se projetam dos pontos colaterais da Mandala, entremeando as Árvores da Vida, representando o quaternário sagrado e a Energia Quintessenciada que hoje se desvela para a Humanidade neste momento de transição cíclica, localizada no ápice da pirâmide. Os cinco elementos que compõem estas pirâmides são:
· 1ª pirâmide (1º quadrante, à direita, no alto): Os Animais da Esfinge: o Touro, o Homem, a Águia, o Leão e a própria Esfinge.
· 2ª pirâmide (2º quadrante, à direita, embaixo): As Línguas Sagradas: o Sânscrito, o Tibetano, o Chinês, o Egípcio e o Hebraico.
· 3ª pirâmide (3º quadrante, à esquerda, embaixo): Os Veículos do Homem: o Físico, o Etérico, o Astral, o Mental e a Quintessência.
· 4ª pirâmide (4º quadrante, à esquerda, no alto): Os cinco Tatwas: Pritivi (sólido), Apas (líquido), Vaiú (Gasoso), Tejas (Ígneo) e Akasha (éter).
Uma grande pirâmide sintonizada com os quatro pontos cardeais dá sustentação à Roda do Universo que, por si mesmo, sustenta a Árvore da Vida. Outra pirâmide em relação aos quatro pontos colaterais dá apoio a primeira pirâmide, formando as duas uma grande estrela de oito pontas, símbolo numerológico do Senhor da Vida IHVH יהוה.
O grande círculo em torno simboliza o Universo Vivo, criado e sustentado pela Excelsa Consciência Divina, à semelhança de uma grande roda ígnea.
MANDALA CABALÍSTICA
OS QUATRO MUNDOS E A MANIFESTAÇÃO DO LOGOS
O Sol Central Azul é a representação do AIN Universal, o Absoluto (Aquilo sobre o qual nada pode ser dito). Os 32 raios desse Sol Central representam os Nomes Divinos de Deus, ou seja, seus atributos, que constituem as diversas modalidades de atuação de suas Forças no Universo, nos mundos mais sutis e nos mais densos. À volta do Sol temos o duplo quaternário ou cruzes, um invocando o AIN SOPH da Tradição Judaica e as 4 modalidades de manifestação da Consciência de IHVH יהוה, até os mundos materializados; outro invocando o mesmo AIN SOPH na terminologia do Logos Imanifestado da Tradição Oriental e sua manifestação nos mundos criados, como hipóstases da própria Divindade (Primeiro, Segundo e Terceiro Logos).
O terceiro círculo (Sol) mostra o IOD י, a Consciência Divina imanente no Universo, cujo valor numérico é 10 e vem representando o Mundo da Emanação. Sem Essa Consciência Primordial Divina nada neste Universo poderia existir. Na Tradição do Oriente este é representada pelo círculo com um ponto no centro, sintetizando o princípio da Criação Universal, o Germe na Raiz. O Gênese Bíblico de Moisés assim relata essa manifestação Divina: “No princípio Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.” (Gen. 1, 1-2)
O quarto círculo mostra IOD-HE יה, cujo valor numérico é 15 e mostra as forças do Criador atuantes no Universo, representando os Mundos da Criação, Espiritual e Material. No Oriente este vem representado pela figura do círculo com uma linha, dividindo o mundo de cima do mundo de baixo, o superior do inferior. No livro do Gênese cap. 1, 3-5 pode-se ler: “Deus disse: ‘Faça-se a Luz!’ E a Luz foi feita. Deus viu que a Luz era boa e separou a Luz das Trevas. Deus chamou à Luz dia e às Trevas noite. Sobreveio a tarde e depois manhã.”
O quinto círculo mostra IOD-HE-VAU יהו, cujo valor numérico é 21 e mostra as forças Divinas atuando em Yezizah, o Mundo da Formação, onde todos os arquétipos passam a ser plasmados no Éter Cósmico. No Oriente, é representado pelo círculo com um triângulo eqüilátero dentro, indicando a manifestação ternária de Deus no Universo Criado para dar sustentação à sua criação. Em Gênese cap. 1, 6-8 está escrito: “Deus disse: ‘Faça-se um firmamento entre as águas, e separe ele umas das outras. Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento daquelas que estavam por cima. E assim se fez. Deus chamou ao firmamento céus.”
O sexto círculo mostra IOD-HE-VAU-HE יהוה, ou seja, a plena manifestação do Poder Divino nos mundos criados para a realização de seus arquétipos. Seu valor numérico é 26, que reflete o poder do octógono, a dupla forma piramidal de 4 faces (a Divina e a Terrena), representada pela estrela de oito pontas. No Oriente é indicado pelo círculo com uma cruz de braços iguais no seu centro, dividindo-o em 4 partes. Esta cruz representa o aspecto dinâmico universal, cujo movimento, da esquerda para a direita, dá formação à suástica. No livro do Gênese Bíblico de Moisés este mundo de ação (Asiyyah) é descrito minuciosamente a partir do cap. 1, vers. 9 a 25, antes da criação do Homem.
MANDALA CABALÍSTICA
“IHVH” E OS 22 SIGNOS SAGRADOS
O Sepher Yezirah assim fala da Criação do Universo e dos 22 Signos Sagrados emanados do Criador: O EU SOU YAH, o Senhor dos Exércitos, o Deus Vivo, Rei do Universo, o Eterno, criou o Universo por meio de 32 caminhos misteriosos e de 3 Sepharim, que são Nele UM e o Mesmo. Estes 32 caminhos misteriosos se constituem de uma década saída do nada e de 22 letras (signos) fundamentais, às quais, dividiu em 3 partes: 3 Mães, 7 Duplas e 12 Simples.
Esta Mandala possui 32 Raios em sua periferia, representando esses 32 caminhos misteriosos. Partindo do centro temos representado:
Primeiro Círculo – O Ternário Manifestado com as 3 Letras Mães, os Primeiros Elementos Fundamentais do Universo Criado ou 3 Progenitores. Deus se manifesta pelo Ternário, sendo este a Expressão da Suprema Manifestação Divina de forma que:
Aleph א predomina no ar primitivo;
Mem מ predomina na água primitiva;
Schin ש predomina no fogo primitivo.
Segundo Círculo – Estrela de 7 Pontas com as 7 Letras Duplas, que representa o Setenário Evolutivo na Realização da Grande Obra. Todo o Plano de Criação e Evolução do Universo encontra-se apoiado numa base setenária. Através desses 7 signos Deus formou o Universo, os sóis e os planetas, para a realização da Obra Divina.
Terceiro Círculo – Estrela de 12 Pontas com as 12 Letras Simples, que representam os 12 signos determinantes dos 12 Portais Zodiacais, pelos quais as almas entram nos mundos materializados para trilhar seu Itinerário evolutivo, conhecido como IO (Ísis e Osíris).
* J.A.Fonseca é economista, aposentado, escritor, conferencista, estudioso de filosofia esotérica e pesquisador arqueológico, já tendo visitado diversas regiões do Brasil. É presidente da associação Fraternidade Teúrgica do Sol em Barra do Garças–MT, articulista do jornal eletrônico Via Fanzine (www.viafanzine.jor.br) e membro do Conselho Editorial do portal UFOVIA.
- Ilustrações: Arquivo J.A. Fonseca/Arquivo Via Fanzine.
- Produção: Pepe Chaves.
© Copyright 2004-2008, Pepe Arte Viva Ltda.
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